sábado, 16 de agosto de 2008

drumond

Na frase “há que amar e calar”, o amor referido é impossibilitado de se trocar, porém não é impossibilitado de viver, e que para isso aconteça, ele deve ser vivido de um lado só. Sem culpa, desprezo, dualidade ou carícias. Ele sobrevive por ele mesmo. Por isso é atemporal. Se na sua gênese foi identificado como impossível, ou sobrevive à sua não aceitação, ele é eterno. Se basta.

O que suas palavras me levam a entender, é que todo amor deve ser retribuído de alguma forma. Seja na poesia, no retorno através de carícias ou desejos, e isso é no mais simples dos significados, parece ser cafona. O “amor maduro” supera a troca. Ele não é egoísta por ser solitário.

Se para você o amor “envolve procura, carência ou doação, elevação, movimento em direção ao belo ou ao bom, a um outro (ou porventura a um si-mesmo), é essencial a seu conceito, dela dependendo portanto seu possível realizar-se, alguma dilação, alguma temporalidade” esse seu amor é o mais egoísta de todos porque requer retribuição.

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